12 de outubro de 2009

CARTAZ DE DIVULGAÇÃO


10 de Outubro de 2009. Cartaz, a colocar no interior dos autocarros da STCP - Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, de divulgação do programa "Viagens na Minha Terra" com estreia a 15 de Outubro.

6 de outubro de 2009

A MAIOR FÁBRICA DE CONSERVAS DO MUNDO... ROMANO




5 de Outubro de 2009. Península de Tróia, Reserva Natural do Estuário do Sado. Estendem-se por quilómetros e apresentam estruturas muito bem preservadas. As ruínas romanas de Tróia correspondem ao maior complexo industrial de produção de conservas de peixe de todo o Império Romano do Ocidente. Um mundo intenso de trabalho industrial, de pesca e comércio marítimo enxamearam este território - hoje esquecido e de uma pacatez paradisíaca - durante os primeiros séculos da nossa Era. E não era para menos. O garum (um tipo de conserva de peixe muito popular há dois mil anos) da Lusitânia era o mais famoso e cobiçado de todo o Império. Depois foi o abandono. As areias foram tomando conta das estruturas. As dunas avançaram sobre a antiga povoação romana. E assim ficou até ao século XVI - altura em que foi redescoberta. Classificada como monumento nacional em 1910, só algumas décadas depois é que os trabalhos arqueológicos sistemáticos se iniciaram, colocando à luz do dia, até hoje, uma ínfima parte do vasto complexo industrial que continua oculto sob as areias ou que vai desaparecendo ao sabor das águas do estuário. (fotos Joel Cleto)

CINDERELA NA CALDEIRA

4 de Outubro de 2009. Caldeira, Península de Tróia, Reserva Natural do Estuário do Sado. Numa das extremidades da longa língua de areia e dunas que formam a península de Tróia (concelho de Grândola) desenvolve-se uma vasta zona estuarina de características naturais e ambientais única: a Caldeira. Localizada a um par de quilómetros da área turística e hoteleira de Tróia e das suas emblemáticas torres, a Caldeira passa no entanto despercebida à esmagadora maioria dos turistas que para aqui se dirigem. Tal "invisibilidade" resulta, em grande parte, da inexistência de acessos, mas também do facto das dunas e da vegetação ocultarem esta área lagunar. Tal explica, igualmente, o facto de aqui subsistir uma pequena comunidade tradicional de pescadores e marisqueiros cujas habitações, muito perecíveis na maioria dos casos, se localizam nas bordas da Caldeira.
Mas este é também um local que nos faz reflectir sobre o estado actual das pescas em Portugal. Aqui, nas margens do estuário, os barcos de pesca vão apodrecendo. Mas mais do que vestígios de arqueologia naval ou industrial, estas carcaças são, no seu silêncio ensurdecedor, uma denúncia da forma trágica e descuidada como este sector (não) foi salvaguardado na sequência da adesão de Portugal ao Mercado Único europeu (fotos Joel Cleto).